Palavra-Barro
De tudo o que gravita
ficou-se-me o Tempo
em que fui terra, pedra dura,
para me vires tu juntar a sede
e da matéria inerte
dares-me vida.
Com as tuas mãos de oleiro,
demiurgo inconsciente,
moldavas-me as formas,
cingias-me o corpo com ternura
(até me fizestes uma pintura!)
Mas olvidado foi de teu pensamento
que à matéria informe
não se lhe quebra o modelo.
Hoje caída, despedaçada,
sou caco disperso, vazio,
metade de algo, nada.
ficou-se-me o Tempo
em que fui terra, pedra dura,
para me vires tu juntar a sede
e da matéria inerte
dares-me vida.
Com as tuas mãos de oleiro,
demiurgo inconsciente,
moldavas-me as formas,
cingias-me o corpo com ternura
(até me fizestes uma pintura!)
Mas olvidado foi de teu pensamento
que à matéria informe
não se lhe quebra o modelo.
Hoje caída, despedaçada,
sou caco disperso, vazio,
metade de algo, nada.
A.C.