sábado, abril 14, 2007

Músculo

Se não te sei
nem rosto, nem mãos,
país pedra
Se não to sei intacto
inviolável corpo.

Se não te sei
sol, cantar um vento,
verbo movimento
Se não to sei sentir
apagar um espelho.

Se não te sei
palavra, concluída em
verso ardente
Se não to sei língua
o palpitante ofício.

Se não te sei
silêncio, oco sonho de
vermelha melancolia
Se não to sei esperando
a voz do mar só.

Se não te sei
nem sílaba, nem vogal,
alma temporal
Se não to sei poema.

Matéria primitiva.



Rui Alberto in Folha Mensal de Poesia Músculo, abril 07. Direcção de Hugo Milhanas Machado

1 Comments:

Blogger Luisa Paula said...

Passei por aqui e espero voltar...

9:38 da tarde  

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