terça-feira, outubro 24, 2006

«O desconhecido não esmaga o vazio.»
E. Jabès

Se a tua face está em toda
a criação celeste do mundo
sob que espaço do humano te ergues?
No pensamento.

Serás a obra, a cor, o pigmento,
ou o espaço vazio da entrelinha,
o silêncio?
O deslumbramento.

Se és o divino, luz que
cada ideia encerra (abre)
em que parte do negro habitas?
O príncipio, o fim, ou o meio?

(Nada revelas que não interrogues,
serás tu a questão?)

O Ser no Não-Ser, o caos, o nada.

O que haverá depois de ti, antes de ti,
para além de ti?
Quem és em mim?