quinta-feira, agosto 31, 2006

Nammu

foi num abismo que criei este espaço estas nuvens
o mar fiz meu filho único alimentado o grito que
me resta junto das sombras os sucessivos dias
onde o papel transpõe o tempo imagina esse
mundo essa fertilidade onírica na qual residem
as luas de todas as noites que já vivemos é tarde
para regressar à terra que nos acolheu na iminência
do antigo silêncio dos astros celestiais

sei que o teu nome é a última emancipação de Deus


Rui Alberto, 2006