(a fotografia de gilbert grassaï)
ela dançava ela dizia o corpo e matisse
sentado matisse trabalhando o duplo
dessa dança e desse dizer
a anca, a anca no papel
o seio, a mão, o seio e a mão no papel
assim erguiam a sua comunicação a sua
silenciosa comunicação, pacto de movimento,
partilha, entrega
e era tudo. depois, eu.
eu observava. ela dançando, matisse sentado
diante de si
eu era a terceira pessoa
podia também ser a primeira ou, claro,
a única. é tudo uma questão de perspectiva.
ali, naquela sala
éramos três seres exibindo a sua forma de estar vivo.
uma feita de dança
uma feita de dança e papel
e a outra, a minha,
feita apenas de luz.
sentado matisse trabalhando o duplo
dessa dança e desse dizer
a anca, a anca no papel
o seio, a mão, o seio e a mão no papel
assim erguiam a sua comunicação a sua
silenciosa comunicação, pacto de movimento,
partilha, entrega
e era tudo. depois, eu.
eu observava. ela dançando, matisse sentado
diante de si
eu era a terceira pessoa
podia também ser a primeira ou, claro,
a única. é tudo uma questão de perspectiva.
ali, naquela sala
éramos três seres exibindo a sua forma de estar vivo.
uma feita de dança
uma feita de dança e papel
e a outra, a minha,
feita apenas de luz.
(inédito, 2006)
1 Comments:
Gostei mesmo muito deste poema. Infelizmente ainda não tive o tempo e a atenção necessária para ler o teu livro, mas sem dúvida que por momentos tive imensa vontade de pegar nele e penetrar nesse uni-verso.
Obrigada por estares sempre presente.
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