O Estranho Aparecimento do Sr. Shén Xian
Carlos Manel: «Eu vi tudo, Tudo. Com estes olhos ca terra há-de comer. Foi horrível, medonho mesmo. Só de me lembrar... e ainda nem passou um mês. Foi de manhãzinha, lembro-me bem disso porque a minha Josefa tinha acabado de me chamar para o pequeno-almoço, coitada, ela também viu, mas depois. Ora, eu bem que desconfiava que o homem devia de andar com problemas. Se conheço o senhor quê? Sr. Sheinho? Não. Mas a gente nota logo, olhe cá no sítio é todas as semanas, verdade. Bastou-me ir à rua por um instante e foi mesmo ali no meio da estrada, com toda a gente a ver, um homem saca da pistola e mata o outro. PUM!! Assim, sem mais nem menos. Sim, eram dois. O Homem ficou a escorrer sangue por todó lado, estendido no chão. O outro, fugiu que era um haver se ta vias. Foi um bruta assassínio, sem dúvida. Nunca mais me esquecerei...»
Sr. Dr. Fonseca: «Lamento muito, apesar de não conhecer o indivíduo em questão. O sucedido passou-se à uma semana atrás, quando eu estava a sair do hotel. Não houve qualquer assassínio. Eram exactamente 16h19m e o único indíviduo presente no hall da entrada era o próprio Sr. Shén Xian. Irremediavelmente empunhou a pistola colocando-a no parietal esquerdo puxando o gatilho. Fechei os olhos e apenas ouvi o estrondo. Foi deveras lamentável...»
Um louco: «Relembro-me no tempo de tal acontecimento. A tardinha ia já longe penetrando-lhe a noite. Perscrutei-o ontem num cais, aguardando. Estava só, mas uma sombra o seguia. Na derradeira hora ouvi um estalar forte, de fenda de luz que se abria no espaço, no tempo, por onde o ser caiu sem amparo. Restou-lhe a sombra negra que se dissipava aos poucos no confuso negrume incólome da noite. Vi, com esta visão que abarca o Universo.»
Encontrei hoje o Sr. Shén Xian, pareceu-me de bom aspecto, perguntei-lhe pela família e pelo trabalho. Estava cansado mas contente. Mandou cumprimentos para a minha.
Carlos Manel: «Eu vi tudo, Tudo. Com estes olhos ca terra há-de comer. Foi horrível, medonho mesmo. Só de me lembrar... e ainda nem passou um mês. Foi de manhãzinha, lembro-me bem disso porque a minha Josefa tinha acabado de me chamar para o pequeno-almoço, coitada, ela também viu, mas depois. Ora, eu bem que desconfiava que o homem devia de andar com problemas. Se conheço o senhor quê? Sr. Sheinho? Não. Mas a gente nota logo, olhe cá no sítio é todas as semanas, verdade. Bastou-me ir à rua por um instante e foi mesmo ali no meio da estrada, com toda a gente a ver, um homem saca da pistola e mata o outro. PUM!! Assim, sem mais nem menos. Sim, eram dois. O Homem ficou a escorrer sangue por todó lado, estendido no chão. O outro, fugiu que era um haver se ta vias. Foi um bruta assassínio, sem dúvida. Nunca mais me esquecerei...»
Sr. Dr. Fonseca: «Lamento muito, apesar de não conhecer o indivíduo em questão. O sucedido passou-se à uma semana atrás, quando eu estava a sair do hotel. Não houve qualquer assassínio. Eram exactamente 16h19m e o único indíviduo presente no hall da entrada era o próprio Sr. Shén Xian. Irremediavelmente empunhou a pistola colocando-a no parietal esquerdo puxando o gatilho. Fechei os olhos e apenas ouvi o estrondo. Foi deveras lamentável...»
Um louco: «Relembro-me no tempo de tal acontecimento. A tardinha ia já longe penetrando-lhe a noite. Perscrutei-o ontem num cais, aguardando. Estava só, mas uma sombra o seguia. Na derradeira hora ouvi um estalar forte, de fenda de luz que se abria no espaço, no tempo, por onde o ser caiu sem amparo. Restou-lhe a sombra negra que se dissipava aos poucos no confuso negrume incólome da noite. Vi, com esta visão que abarca o Universo.»
Encontrei hoje o Sr. Shén Xian, pareceu-me de bom aspecto, perguntei-lhe pela família e pelo trabalho. Estava cansado mas contente. Mandou cumprimentos para a minha.
Quem diria que o encontraria hoje?...
2 Comments:
Para que fique registado, também eu encontrei, ainda ontem, o Sr. Shén Xian. Ou foi ele que me encontrou, foi ele que me reconheceu, e aí começa o meu problema: diz-se que tem em mãos uma tarefa altamente escusa e fala-se mesmo em mortes (o sindicato de narradores parece, com efeito, nervoso). Pediu-me, no entanto, para vos transmitir o seguinte: "não me apaguem já dos textos, não demorarei muito a cumprir as ordens a que me submeti", missiva que aí está, para quem a quiser ler. Eu, por mim, safo-me já desta, antes que seja tarde. Até sempre.
Muito bom hugo
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