sábado, fevereiro 18, 2006

(um homem, um país ou um pássaro)

A língua é pura e simplesmente fascista, diz Barthes. Porque obriga a dizer.
Calamo-nos, e neste instante o poder enunciativo é como um pássaro a quem os homens de bata branca se preparam para fundir a anilha que intermediada por uma corrente de ferro o une a um poleiro. E quando o soltam, quando se quebram as amarras, não é a revolução que cai sobre um homem, um país ou um pássaro. É apenas, pura e simplesmente, um retomar de. Do silêncio à fala e desta ao silêncio. Como um inquebrável e intransponível círculo de que nos rodeamos, como um inadiável desejo.

in poema em forma de nuvem