quarta-feira, novembro 29, 2006

Lançamento de MASQUERADE


MASQUERADE
(Sombra do Amor - Edições, 2006)
sessões de lançamento:
7 de Dezembro, 16.00
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas U.N.L. (Bloco 1), Avenida de Berna, Lisboa


  • apresentação de Emília Pinto de Almeida
  • instalação de fotografia de Sophia Pereira
  • performance musical por André Pardal
14 de Dezembro, 19.15
Las Caballerizas, Facultad de Filologia, USAL, Salamanca


  • apresentação de Rebeca Hernández e Ángel Marcos de Dios
  • instalação de fotografia de Sophia Pereira
  • performance musical por Masquerade Ensemble

www.sombradoamor.com

domingo, novembro 26, 2006

Parêntesis

(Abandono...)
Estou sem fôlego, sem sono.
(...O leito nocturno,
Sorumbático, taciturno.)

(Subtraio...)
Estou a menoscabar, de mim saio.
(...Sede à água,
Calcificada por mágoa.)

(Invento...)
Estou acabrunhado, leva-me o vento.
(...Borboletas de cetim,
Decoradas por lágrimas e frenesim.)

(Reajo...)
Estou tão morto, nem sei se ajo.
(...À saliva quente,
Atracada na boca, indolente.)

(Volto...)
Estou além vivo e revolto.
(...Ao lençol lascado,
Fere-me um flume salgado.)

terça-feira, novembro 21, 2006

Tentei calar a vontade
Com sussurros de ardor selvagem
Que ardentemente aspirava
À liberdade.
Olhares indiscretos e a consciência constrangida
Conjugaram-se livremente
E aprisionaram a vontade
Tão espontânea era,
que forçada se tornou.
Forçosamente me consumiu.
Tentei libertar a vontade,
E libertar-me dela.
Mas em vão.
Era tão selvagem
Que o Superego dela se apoderou.
Corria velozmente,
Tão liberta,
tão centenária,
Tão livre,
tão pesada...
Vontade que não cessa.
E eu aqui, impotente,
vivendo esta vontade
Com vontade de a viver.
Tentei calar a vontade
Confrontá-la,
Mas recusa-se a parar.
Vontade que se me apodera
Me leva e seduz.
Quero vivê-la,
Louca,
selvagem,
Essa vontade...

Diana Calado

sábado, novembro 18, 2006

Tem lugar na próxima terça-feira, dia 21 de Novembro, pelas 16 horas, no Auditório I da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - U.N.L., a apresentação do primeiro número da revista literária Callema, publicação semestral da responsabilidade da Cooperativa Literária. Na sessão estará presente a Professora Doutora Maria do Rosário Monteiro. Callema dedica esta sua primeira capa a Yolanda Castaño, nome cimeiro da mais recente poesia galega.

sexta-feira, novembro 17, 2006

Esquartejaria a carne para ordenar os sentimentos
sepultados por beijos de raiva
e multiplas tentativas de acertar no caminho.

Erros, enganos e labirintos
foram-me concedidos como dádiva.
Escritos atraves do palimpsesto da minha vida.

Mordo os lábios,
acreditando que do sangue sairá a resposta
para o desafio que é viver.

Ana Isabel Silva

segunda-feira, novembro 06, 2006

Certa noite pequena flor subia a uma cadeira

Certa noite pequena flor subia a uma cadeira
na praça central da cidade
e nós, grandes guerreiros, observávamos.
Pequena flor era-o aos olhos de cada um de nós.
Ela subia a cadeira, nós observávamos,
durante largas noites, semanas,
meses. Ela subindo, nós observando.

Vieram as chuvas. Pequena flor, já de pé, esplendidamente bela
sobre nossas cabeças. A cidade encolhida sobre si.
Levantou uma mão, depois outra, e outra e outra, ela sorria,
e como era maravilhoso em nós, grandes guerreiros, o seu sorriso
derrotado, bandeira da morte.

Pequena flor reune em concha as mãos sobre os lábios
e começa a cantar.

Ainda cá está.


Hugo Milhanas Machado
"addenda ao primeiro poema de Danças para o Apocalipse"
in
M A S Q U E R A D E (Sombra do Amor Edições, 2006)
Lançamento dia 7 de Dezembro.